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Telemedicina: o guia completo sobre o assunto!

Equipe TOTVS | CONSULTÓRIO MÉDICO | 18 abril, 2023

A tecnologia transformou a área da saúde, e com a telemedicina se tornando cada vez mais acessível, há infinitas possibilidades de criar um atendimento de alta qualidade aos pacientes. 

Essa prática oferece muitas vantagens sobre o tradicional atendimento presencial, que vão desde os custos mais baixos e menos tempo de espera, até o acesso a profissionais especializados e a agilidade nos diagnósticos. 

Hoje, os serviços remotos de saúde são regulamentados por lei e, portanto, é fundamental que as clínicas conheçam seus deveres não só perante a justiça, mas também com os pacientes.

Este guia foi elaborado para ajudá-lo a aproveitar os benefícios dessa metodologia de atendimento online, fornecendo uma visão geral do que é o conceito e como ele tem evoluído no Brasil. 

Continue a leitura para conhecer mais sobre o assunto e entender como a medicina funciona no ambiente digital. 

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O que é telemedicina?

A telemedicina é um recurso tecnológico desenvolvido para a prestação remota de serviços de saúde, permitindo o atendimento médico, o compartilhamento de informações e a comunicação entre especialistas, mesmo a distância.

Com a tecnologia, é possível realizar atendimentos online, receber análises digitais e laudos, bem como seguir com o aconselhamento e o diagnóstico, ampliando as opções dos pacientes e agilizando todo o procedimento.

A origem do conceito

O conceito surgiu a partir do desenvolvimento de tecnologias e comunicações que permitiram a troca de informações médicas a distância. 

Voltando um pouco no tempo, podemos citar o primeiro passo nesse processo: o uso de um estetoscópio eletrônico em 1910. O aparelho era capaz de transmitir sinais cardíacos por até 50 milhas.

Desse registro até hoje, muita coisa mudou e a aplicação da telemedicina atual é bem diferente desse cenário de 1910.

Após influências da área militar, da evolução da internet e da própria medicina, o conceito foi ganhando mais destaque e chegou ao Brasil em 1990. Era 1994 quando a primeira empresa iniciou o uso da tecnologia para realizar exames de eletrocardiograma remotos.

Nessa trajetória, a pandemia de coronavírus, em 2020, também foi um marco para o avanço das ferramentas e um impulso para que as clínicas adotassem o método de atendimento online.

Como funciona a telemedicina?

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Para aplicar a medicina no ambiente digital, é preciso contar com o auxílio de diferentes ferramentas, como câmeras, plataforma de atendimento e softwares médicos

São esses sistemas que permitem aos médicos e pacientes conversarem como se estivessem frente a frente, usando vídeos, imagens, áudios e outras funcionalidades tecnológicas.

Outro grande aliado tem sido a inteligência artificial, que possibilita um atendimento humanizado mesmo sem o contato presencial, além de auxiliar no diagnóstico, tratamento e na prevenção. 

É importante destacar que o atendimento a distância deve atender aos requisitos determinados pela legislação brasileira, que está em vigor desde 2022 e regulamenta a prática. 

O que diz a lei sobre a telemedicina?

A lei 14.510/2022 é a responsável pela regulamentação da telemedicina no Brasil. A legislação confere autonomia aos profissionais da saúde, formaliza a prática no país e prevê o direito da recusa à modalidade de atendimento pelo paciente.

Outro ponto importante tratado pela lei é a responsabilidade digital e a confidencialidade dos dados de pacientes. 

A teleconsulta só foi classificada como atividade legal no país em 2020, por meio de uma Portaria criada com o objetivo de regulamentar os atendimentos emergenciais durante a pandemia. 

Hoje, a metodologia é utilizada tanto pela iniciativa privada como pela rede pública de saúde. A prática também é regulamentada pelo CFM (Conselho Federal de Medicina), por meio da Resolução 2.314/2022

Especialidades atendidas pela telemedicina

Existem várias especialidades médicas que podem aproveitar a praticidade da medicina digital para realizar consultas, laudos ou o monitoramento do paciente a distância.

Na prática, qualquer especialidade pode aplicar essa ferramenta tecnológica em seus atendimentos, desde que mantenha a responsabilidade médica e siga as normas previstas na legislação brasileira responsável pela área. 

Algumas dessas especialidades são:

  • neurologia;
  • cardiologia;
  • mastologia;
  • oftalmologia;
  • pneumologia;
  • radiologia e diagnóstico por imagem.

Além dos profissionais dessas áreas, outras especialidades também podem usar a tecnologia, como ginecologia, geriatria, psicologia e nutrição, por exemplo. 

Os profissionais da medicina do trabalho também podem realizar exames ocupacionais, como a audiometria e acuidade visual, com o apoio das ferramentas digitais disponíveis.

Quais são os tipos de telemedicina?

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Na prática, a tecnologia pode ser usada para diagnóstico, tratamento, prevenção e educação na área da saúde. 

Sendo assim, o conceito se desdobra em diferentes tipos de especializações, cada uma com seu nome e características específicas. 

Conheça as principais modalidades a seguir. 

Teleconsulta

Essa modalidade normalmente se refere a consulta online entre médico e pacientes, mas também pode descrever as consultas entre profissionais da saúde para compartilhar informações ou pedir orientações em casos específicos – chamada de teleinterconsulta.

A pesquisa TIC Saúde, realizada pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, o Cetic, mostrou que as consultas não presenciais foram utilizadas por 33% dos médicos e 26% dos enfermeiros entrevistados em 2022. 

Teleducação

A teleducação na área da saúde é responsável por promover a capacitação de profissionais por meio de cursos online, workshops, webinars e videoconferências, por exemplo.

Ainda segundo a pesquisa do Cetic, mais de 60% dos médicos e profissionais da área de enfermagem tiveram acesso à educação a distância em saúde, grande parte por treinamentos e capacitação.

Teleassistência

A teleassistência é o monitoramento remoto de pacientes com doenças crônicas ou em processo de recuperação, como tratamento de alguma condição ou até mesmo pós-operatório. 

Esse acompanhamento pode ser realizado por meio de sensores, relógios e outros aparelhos que fazem o trabalho de enviar dados para os especialistas de maneira remota. 

Segundo os dados da pesquisa TIC Saúde, esse método, que era adotado por apenas 16% dos enfermeiros em 2019, passou a ser utilizado por 29% dos profissionais de enfermagem em 2022. 

Entre os médicos, o crescimento foi ainda maior: de 9% em 2019 para 23% em 2022. 

Telelaudos

Essa modalidade da telemedicina, que também engloba o telediagnóstico, consiste na emissão de laudos de maneira remota

Funciona assim: o paciente realiza os exames de forma presencial e os dados são enviados para os médicos, que analisam, elaboram o laudo e encaminham de volta para as unidades de saúde.

Alguns exemplos de exames que podem se beneficiar dessa tecnologia são a radiografia, o eletrocardiograma e a tomografia computadorizada. 

Telecirurgia

As telecirurgias são cirurgias realizadas com o auxílio da tecnologia. Nesta modalidade, o cirurgião atua de forma remota, através de dispositivos como microcâmeras, ultrassom e braços robôs.

Outra maneira de realizar a telecirurgia é a partir da teleconsulta, em que o cirurgião conta com o acompanhamento de especialistas ou outros membros da equipe médica via videoconferência durante o procedimento.

Outros tipos de atendimento

As especialidades da telemedicina não param por aí: graças aos avanços tecnológicos, existem outros tipos de atendimento que podem ser realizados de forma remota.

Dentre eles, temos as seguintes modalidades:

  • teleconsultoria: método referente a troca de informações entre profissionais de diferentes níveis da saúde;
  • telerregulação: sistema de gestão do fluxo de pacientes entre diferentes níveis de especialidades dentro de uma unidade de saúde;
  • teletriagem: modalidade que engloba a avaliação clínica de sintomas de forma remota, com direcionamento a assistência mais adequada para cada caso.

Em que aspectos o uso da telemedicina se mostrou positivo?

Os benefícios dos serviços de saúde online vão além da praticidade de uma consulta a distância. A metodologia também amplia o acesso à atenção primária, reduz o número de encaminhamentos e oferece segurança ao paciente. 

Além disso, a tecnologia contribui para:

  • o aumento da produtividade médica;
  • a conveniência e privacidade dos pacientes;
  • ampliar a acessibilidade aos serviços de saúde;
  • promover a agilidade dos processos nas clínicas;
  • reduzir a propagação de doenças em ambiente hospitalar;
  • a segurança dos dados, que podem ser armazenados na nuvem;
  • diminuir custos operacionais, como logística, impressão e compra de materiais de escritório.

A quebra dos limites geográficos também é um ponto muito positivo proporcionado pelo método de atendimento médico online

Com as consultas a distância, mesmo o morador de uma área afastada pode ter acesso fácil a serviços de saúde, assim como um paciente pode receber atendimento de um profissional especializado que mora em outra cidade, estado ou até mesmo país.

Isso amplia o acesso a profissionais que são referência em determinadas áreas, promovendo um atendimento de qualidade e um tratamento mais assertivo.

E as desvantagens da telemedicina?

O atendimento online na área da saúde tem diversos benefícios, mas também apresenta alguns pontos negativos tanto para os pacientes quanto para os profissionais do setor.

Entre as desvantagens, destacam-se os seguintes pontos:

  • restrições de licenciamento médico entre estados;
  • falta de exames podem limitar a avaliação médica e dificultar o diagnóstico a distância;
  • dependência de boa conexão e equipamentos de qualidade para promover um bom atendimento;
  • resistência causada pela desconfiança de pacientes e até mesmo de médicos sobre o atendimento remoto;
  • treinamento adicional dos profissionais de saúde para uso de softwares e outras tecnologias envolvidas nos processos digitais.

Apesar de serem pontos de dificuldade, eles podem ser trabalhados para garantir o uso adequado e eficiente da tecnologia.

Um panorama sobre a telemedicina no Brasil

Como vimos nos dados levantados pelo Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade da Informação, o uso da tecnologia tem aumentado no país nos últimos anos. 

A regulamentação do método de atendimento médico é um grande avanço para impulsionar a prática no Brasil, ferramenta importante em um país com território tão extenso e desigualdade de acesso aos serviços de saúde.

De acordo com uma pesquisa realizada pelo IEPS (Instituto de Estudos para Políticas de Saúde), 34% da população brasileira não tem acesso ao programa de atenção básica do SUS (Sistema Único de Saúde).

Ainda segundo o levantamento, mais de 33 milhões de pessoas nesse total não são atendidas por planos de saúde privados, ou seja, são acompanhadas exclusivamente pelo SUS.

A telemedicina no SUS

Pensando no atendimento da saúde pública no país, promovido pelo SUS, o uso da medicina digital chegou para tentar minimizar os impactos dessa desigualdade e solucionar a falta de especialistas em algumas regiões.  

Apesar de parecer algo mais recente, a verdade é que o Sistema Único de Saúde já conta com iniciativas de saúde digital desde os anos 1990.

Em 1994, já existia um programa de troca de informações entre as unidades de saúde por meio de teleconferência. Contudo, foi a pandemia que impulsionou iniciativas mais estruturadas no setor.

Neste período, o governo criou o TeleSUS, sistema de teleconsulta que atendeu mais de 73 milhões de brasileiros em apenas três meses de funcionamento, em 2020. 

Hoje, os serviços online tornaram-se permanentes e a rede pública conta com o Programa Nacional Telessaúde Brasil Redes, desenvolvido pelo Ministério da Saúde para regulamentar o atendimento no SUS.

Para isso, o programa oferece quatro serviços dentro da área de telessaúde:

  • teleducação;
  • teleconsultas;
  • teleconsultorias;
  • telediagnósticos;
  • teleinterconsultas. 

Desafios que ainda precisam ser superados

Apesar de ser um grande avanço para a medicina, a prestação remota de serviços de saúde ainda precisa superar alguns obstáculos. 

Um deles é o cuidado com as questões éticas e legais dos processos digitais, que devem respeitar a privacidade, a responsabilidade e a proteção de dados dos pacientes. 

Neste ponto, vale reforçar a importância da Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais, a LGPD. A legislação define normas para o tratamento, armazenamento e coleta de dados. 

Além disso, existe o entrave da aceitação por parte dos pacientes, talvez um dos maiores problemas enfrentados pelos profissionais que atuam com atendimento online atualmente.

Junto a isso, a falta de boa conectividade com a internet e a dificuldade para usar as tecnologias, especialmente entre o público mais velho, também aparecem entre os desafios.

Contudo, a tendência é de um cenário cada vez melhor, com sistemas mais acessíveis e pacientes mais acostumados com o conceito.

Qual a diferença entre telemedicina e telessaúde?

Apesar de serem termos relacionados, os dois têm diferenças importantes. A telessaúde é um conceito mais amplo, que engloba toda a utilização de sistemas de informação, comunicação e tecnologias na área da saúde.

Na prática, ela pode ser aplicada em diversas áreas, como assistência, diagnóstico e pesquisa em saúde, tendo como objetivo aprimorar os processos médicos e otimizar a jornada do paciente.

A telemedicina, por sua vez, se dedica ao suporte diagnóstico e terapêutico remoto, por meio de soluções digitais, como consultas online, laudos de exames e monitoramento de pacientes.

Portanto, podemos dizer que ela é um ramo dentro da telessaúde e, por isso, um complemento importante ao conceito mais amplo de tecnologias na área de saúde.

O que é necessário para fazer uma consulta via telemedicina?

Para realizar um atendimento online, algumas ferramentas são necessárias. Além de uma plataforma adequada para os procedimentos, é preciso outras adaptações para se adequar às normas e necessidades do ambiente digital.

Uma delas é o certificado digital, que possibilita a assinatura digital formalizada dos profissionais da área de saúde, uma exigência do Conselho Federal de Medicina.

Vale destacar também que o atendimento deve ser realizado em uma plataforma adequada, que tenha as funcionalidades fundamentais para o processo, como prontuário eletrônico, e que esteja de acordo com as normas da LGPD.

As plataformas também devem estar em conformidade com a HIPAA, a Lei de Responsabilidade e Portabilidade de Seguro Saúde, responsável por determinar padrões para a proteção de dados dos pacientes. 

Outros elementos importantes incluem o termo de consentimento, que deve ser assinado pelo paciente, e o prontuário eletrônico com certificação de segurança.

A importância da inovação da área da saúde

Os avanços da tecnologia contribuem para otimizar diversos setores, desde a gestão de negócios, até a parte operacional e o atendimento ao público.

Na saúde brasileira, existe uma busca por maneiras de desafogar os atendimentos, especialmente na rede pública. 

Diante disso, contar com ferramentas que agilizem o processo e facilitem o acesso aos serviços básicos torna-se fundamental.

Isso reforça a importância da telemedicina e de outras soluções tecnológicas, como os softwares médicos.

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Além de auxiliar na organização dos atendimentos, o sistema também oferece todo o suporte necessário para a realização de teleconsultas, incluindo prontuário eletrônico personalizável, segurança de dados e receita digital.

Isso tudo atendendo a mais de 50 especialidades médicas com uma interface simples e acesso a indicadores de telemedicina para facilitar o controle de atendimentos, acompanhar resultados e elevar a qualidade dos serviços. 

Já são mais de 5 mil médicos utilizando o sistema e mais de 29 milhões de pacientes cadastrados na plataforma. Aproveite os benefícios também!

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Conclusão

A telemedicina tornou-se uma ferramenta crucial durante a pandemia de coronavírus e segue crescendo cada vez mais como aliada da área de saúde.

Essa metodologia é uma alternativa eficaz e acessível que permite aos profissionais fornecer serviços médicos a distância, de maneira mais prática, ágil e econômica.

Com a lei que regulamenta a prática no país, os profissionais da saúde ganharam autonomia e os pacientes maior segurança. 

Apesar dos avanços, o conceito ainda precisa superar alguns desafios, como o uso das tecnologias pelos pacientes e a aceitação do público. 

No entanto, com a implementação adequada, pesquisa contínua e evolução cada vez mais rápida das soluções tecnológicas, essas barreiras tendem a ser facilmente ultrapassadas.

Agora que você já conhece o conceito, aproveite para conferir nosso conteúdo com dicas sobre como atender via telemedicina


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